Privatização de hospitais do Estado gera desperdício de dinheiro público
Insumos de má qualidade e até o fechamento de setores hospitalares também são marcas de administrações privatizadas
Fechamento temporário de setores, insumos de baixa qualidade e atrasos salariais são alguns dos efeitos da entrega das administrações de hospitais públicos de Santa Catarina para a iniciativa privada. A situação, que prejudica o serviço prestado à população e desperdiça dinheiro público, foi denunciada na quarta, 11 de dezembro, em assembleia do SindSaúde/SC.
O movimento é uma reação dos profissionais de Saúde, que atendem a maior parte da população de Santa Catarina, ao anúncio feito pelo jornalista Anderson Silva, da NSC, em setembro, sobre a intenção do governador Jorginho Mello (PL) de privatizar mais administrações de hospitais públicos do Estado.
Em unidades com administração privatizada, como o Hospital Florianópolis, gerido por uma Organização Social (OS), ocorre a redução nos atendimentos de setores. Isso acontece porque os contratos preveem um número específico de atendimentos. Batida a meta, os pacientes são encaminhados para hospitais públicos administrados pelo próprio Estado. A má qualidade de insumos também é um problema. Tudo isso porque o objetivo dessas administrações é maximizar os próprios lucros.
Outros problemas comuns são os atrasos salariais e o não pagamento de verbas trabalhistas, como FGTS, INSS e rescisões. O Estado fica obrigado a assumir essas dívidas e a fazer novamente um pagamento que já estava previsto nos orçamentos licitatórios.
Segundo o presidente do SindSaúde/SC, Nereu Sandro Espezim, “a privatização dos hospitais não é um problema só da nossa categoria, é um problema de todos os trabalhadores dos serviços públicos e da população em geral. Pois todas e todas, tendo ou não plano de saúde privado, dependem em alguma medida do SUS. Sendo assim, a sociedade catarinense precisa responder a mais esse ataque do governador Jorginho Mello à saúde pública”.